SE7EN - OS SETE CRIMES CAPITAIS: RESENHA

29/03/2022 12:36


A película estrelada por Brad Pitt (detetive David Mills), Morgan Freeman (detetive William "Smiley" Somerset) e Kevin Spacey (John Doe) narra a história de dois policiais que recebem a incumbência de investigar um serial killer que baseia os seus assassinatos nos sete pecados capitais.

O filme foi produzido em 1995 nos estados Unidos da América e venceu o MTV Movie Award de melhor filme e obteve uma indicação ao Oscar.

O diretor David Fincher apresenta um trabalho bastante aclamado no que diz respeito à fotografia, iluminação e enredo. Além disso, o filme representa uma de suas melhores produções.

Os pecados capitais, que representam a pedra angular do enredo do filme, tratam de uma classificação de condições humanas conhecidas atualmente como vícios, que precedem o surgimento do cristianismo, mas que foram usadas mais tarde pelo catolicismo com o intuito de "educar" seus seguidores, de forma a compreender e controlar os instintos básicos do ser humano e assim se aproximar de Deus.

No filme, a gula (desejo insaciável por comida), a avareza (apego excessivo aos bens materiais), a luxúria (desejo passional e egoísta por todo prazer material e carnal), a ira (sentimento humano de externar a raiva e o ódio), a inveja (desejo exagerado pelas conquistas e posses de outras pessoas), a preguiça (alto grau de negligência e desleixo) e a soberba (também conhecida como orgulho) constituem o pano de fundo que irá conduzir todas as ações e situações deste suspense psicológico que, além de apresentar as habilidades profissionais de seus protagonistas, desnuda uma sociedade carente por mais reflexões acerca da vida e seus propósitos.

Do ponto de vista psicanalítico, é interessante observar o modus operandi com que o serial killer comete seus crimes. A estrutura perversa do sujeito possui características tanto sádicas quanto de voyeur.

Observamos que o sujeito sente prazer pelo ato de olhar e pela dor e humilhação que causa ao outro, e tal repetição desses fatores em cada ato criminoso configura a tipicidade da mente do psicopata.

O filme traz duas leituras intrínsecas . Uma de cunho religioso e outra de cunho psicológico, pois os temas do pecado e da transgressão perversa atravessam a tela e fazem com que o telespectador seja de certa forma, participante do espetáculo que o serial killer apresenta, tornando cada um de nós não apenas cúmplices, mas também uma espécie de voyeur.


Evandro Carlos Braggio

30 de maio de 2018



Link para visualização:

https://www.youtube.com/watch?v=kuRlJUeIN64